quarta-feira, 23 de maio de 2012
Entre Aspas: Caio Fernando Abreu
"Então, admitiu o medo. E admitindo o medo permitia-se uma grande liberdade: sim, podia fazer qualquer coisa, o próximo gesto teria o medo dentro dele e portanto seria um gesto inseguro, não precisava temer, pois antes de fazê-lo já se sabia temendo-o, já se sabia perdendo-se dentro dele — finalmente, podia partir para qualquer coisa, porque de qualquer maneira estaria perdido dentro dela".
De repente na vida a gente percebe que não está sozinho na nossa dor e nosso medo.
Tudo que parece grande demais, pesado demais, nos convence com tanta facilidade que somos fracos demais pra continuar.
Mas a vida não para e não dá espaço pra gente se permitir afogar nessa dor. A vida te derruba e te levanta. E te levanta de novo só pra te derrubar outra vez. E entre altos e baixos, empurrões e quedas, a gente aprende, esquece e comete os mesmos erros.
Mas quem foi que disse que não podemos errar? A melhor coisa dessa vida sem roteiro é saber que não importa quantas voltas ela dá, a gente acha o nosso lugar, tromba com os nossos medos e desaguamos na nossa liberdade. Porque os momentos mais preciosos são os mais efêmeros, mas a dor mais profunda não dura mais que uma noite. Ela vai embora. Mas a sua lição fica.
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